Nada de discussões, portas batendo, cara virada, nem mesmo uma mágoa sequer. Apenas a brisa suave da saudade, que vibra de tempos em tempos no fundinho do coração. Que coisa mais perfeita é o amor que não se concretizou!
Ele era gato. Inteligente, educado, gentil e atencioso. O via esporadicamente e claro, me apaixonei. Mas não foi uma paixãozinha como as que tenho a cada quinzena. Foi uma paixão que, mesmo depois de mais de uma década, ainda me gela a espinha.
Por conta do acaso ou não, nos desencontramos de várias maneiras, em diversas ocasiões. Se eu subia, ele descia. Eu ia pra direita e ele, esquerda. Um girava, o outro pulava. Um período confuso e muito, muito estranho.
Tentava ir até ele mas estava atolada até o pescoço com compromissos de trabalho e, no fim ele acabou se mudando para 600 km de distância do meu abraço. Não nos vimos mais. E eu nunca o esqueci. Fiquei apenas com as poucas lembranças boas dos curtos momentos que passamos juntos.
Que triste.
Que lindo.
Carta para D.
O que seria de nós
Se eu tivesse tido coragem
De dar o primeiro passo
Até você
O que seria do nosso amor
Se eu largasse tudo
E fosse ao teu encontro
Te assumir e viver junto
O que seria de mim
Percorrer tantos quilômetros
E matar a sede
De tantos anos
O que seria de ti
Ao viver comigo
Ter o meu coração como abrigo
O que seria dos traços
Se encontrariam
Seriam os nossos laços
O que seria agora
Se te reencontrasse
Você me daria
Mais uma chance?
Conheça mais do trabalho da artista plástica Camila Morita
Link do trabalho www.flickr.com/camilamorita
Instagram: @moritacamila